quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Ainda é possível encher o coração


Foi um ano com tanta tropelia e desgostos, que em vez de amadurecer este ano estava a apodrecer, sentia a alma cada vez mais amargurada e o coração cada dia mais pequeno...
Com a aproximação do Natal, a sensação de raiva e impotência crescia,
parecia que andava nesta vida com uma cruz nas costas, e tudo o que era problema mesquinho e  rasteiras da vida fazia pontaria em mim...

Natal, natal parecia-me uma coisa  com pouco sentido, só uma merda consumista para nos pôr as costas ainda mais para dentro.
Não sou apologista da vitimização, e não ando por ai a carpir os meus problemas, todos os temos, e quando nos toca a nós é que doí na espinha.
Mas...

Quando já o desespero reinava...
Descobri que não há maior alegria que a de quem precisa, é a mais pura e verdadeira, quem tudo tem, nunca vai sentir essa felicidade...

Senti que afinal é capaz de haver quem cuide de nós lá em cima...
Fui abençoada com dois milagres...

Se num tive uma grande safa, foi uma grande fezada...
Dei tantos pulos de alegria!

Noutro, renasceu em mim a esperança, pensava que tinha a horta mais que morta, houve umas cheias que além de causarem prejuízos de milhões e mortes, deram-me cabo da horta que esteve submersa dias, até tinha vergonha de me queixar quando havia quem tinha perdido tudo, mas aos poucos enegrecia-me o coração, a minha hortinha, tinha-a feito para aguentar a dor da morte do meu pai, e sentia-me mais próxima dele quando lá estava, andava consideravelmente mais nervosa e as chapadas da vida, que estão sempre a acontecer, a mim e a ti, jogavam-me logo ao chão...
Resolvida a começar novo, vou fazer uma limpeza nas ervas daninhas e qual é o nosso espanto, as batatas doces, além de sobreviverem, eram raras as que tinham menos de um quilo, gigantes, até pareciam abençoadas....
Saiam fora da terra, e elas costumam ficar bem fundas.
Foi uma alegria tão pura, que rimos aos gritos a tarde inteira...
Nessa noite doía-me a garganta e a barriga de tanto rir alto, fiz as mãos em ferida e nem senti...

Há dias felizes!


Vamos tentar ser gratos, nem sempre é preciso grandes milagres paras percebermos que somos pequenos mas capazes de alegrias sem fim...

Beijinhos e brilhem muito!













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